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Calma, eu explico. Quem me ofereceu esta gaija nova foi a outra gaja. Espera... Eu explico melhor. A minha gaja achou que eu precisava de uma gaija que eu pudesse moldar a meu gosto e onde eu pudesse tocar sempre que me apetecesse.
Vai daí, a gaja manda vir uma gaija virgem e livre de vícios e oferece-ma pelo aniversário.
Quando a gaija nova chegou, era assim:
Sim, era virgem e não servia para grande coisa embora tivesse as medidas certas (ali a lápis vê-se que tinha 86 de peito). Impunha-se agora escolher uma roupa vistosa que permitisse realçar a sua beleza natural. Como não tenho jeito nenhum para o corte e costura, um amigo sugeriu-me um pintor de barcos em Lagos, o Sr. Alberto que conhece todas as manhas da madeira e do verniz. Enviei-lhe um modelo e algumas semanas depois chegou de vestido novo.
Hora de montar a gaija, claro. Com cuidado porque alguns furos ainda estavam cobertos de verniz e todos os pormenores são importantes para o resultado final. Nem todas as peças de origem eram as melhores e algumas foram substituídas mas numa tarde ficou quase pronta.
Cordas colocadas e um suspiro enorme. "Acho que isto vai dar em bibelot". A altura das cordas era quase de 1cm. Mas como diz o Jack White, uma boa guitarra tem de dar algum trabalho. Todo o esforço acabará por soar afinado em cada acorde, cada nota tocada.
Uma martelada na ponte mais uma lixadela na pestana, rotação e meia no truss-rod e nem queria acreditar. Setup mais perfeito não tenho em nenhuma das outras guitarras cá de casa.
Enfim. Tenho uma gaija nova. É única, irrepetível e tem um som fantástico. O Jack White tinha razão.
O som do vídeo não faz justiça à Gaija mas isso também não interessa.
O que interessa é que ninguém toca na minha Gaija e pronto.