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Inaugura-se aqui a secção de estatísticas de dedo no ar.
São geralmente estatísticas inúteis, fruto de demasiado tempo à espera de qualquer coisa seja lá onde for.

Hoje: Mulheres ao volante

Às 9 da manhã de um dia de semana na A5 entre Carcavelos e Lisboa, há um rácio de condutores femininos e masculinos de 3 para 2.
Sim! Há mais mulheres ao volante do que homens. As estatísticas da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária são politicamente correctas e não fazem distinção de sexo :)

 

Há séculos que não via algo tão genial e promissor.

Numa altura em que se fala tanto dos novos suportes móveis e em que os dispositivos são tão heterogéneos, esta tecnologia pode bem fazer a diferença.

 

Links relevantes:

O paper
O video da apresentação
Na Siggraph 2007
Ariel Shamir
Shai Avidan

Canon Powershot G9

Será desta que encontrei a máquina fotográfica ideal?

Quem me conhece chama-me gadget freak, early adopter e outros mimos. A verdade é que quando falamos de fotografia, estes tiques todos caem por terra. Dizer que a máquina é a extensão dos olhos ou da criatividade do fotógrafo é apenas um lugar comum. Um gadget freak vai à procura da máquina que para além da fotografia, toque uns MP3, tenha GPS integrado, Wi-Fi, relógio e eventualmente sirva de descascador de batatas (olha! descrevi o Nokia N95).

No meu caso, procuro conforto. A zona de conforto para um fotógrafo é o resultado de uma equação complexa com variáveis estranhas como os olhos, os músculos, os neurónios, o tacto, a estética e até os dedos.

É por isto que a máquina ideal não existe.
É por isto que uma descartável da Kodak é a máquina ideal para a D. Balbina do 3º Esq.

Eu gosto de fotografia. Eu gosto muito de fotografia e não das máquinas. O que mais me irrita é ter de lutar contra a ergonomia e falta de informação no preciso momento em que após imaginar o enquadramento ideal, decido a fotografia.
Dito isto, estarão a pensar: "é pôr tudo no automático e clicar".
Puro engano. O automático é um agente da democracia fotográfica. Um agente do MFA numa sessão de esclarecimento que ensina toda a gente como deve proceder para se ser um verdadeiro democrata.
O resultado é um cardume de fotos todas iguais, com a mesma luz aborrecida e detalhes distantes que não interessam a ninguém. E sim, também tenho vários cardumes desses nos meus arquivos.

Quando decido uma fotografia sei 3 coisas básicas: luz, enquadramento e detalhe. Uma boa máquina é a que não me obriga a gritar com ela para obter o que quero.

Cabe aqui uma confissão de que me vou arrepender amargamente. Até hoje, só uma máquina acertou na minha zona de conforto. Não sei ao certo porquê. Provavelmente por ter sido com ela que aprendi a fotografar. Era (e é) a velhinha Nikon N70. A piada é que na guerra Canon vs Nikon, a minha trincheira é da Canon, mas isso são outras contas que ainda terei de fazer.

Depois da N70 veio a EOS 300 que nunca me agarrou. Provavelmente porque estava quase a fazer a transição para o digital.

No mundo digital SLR passei pela 10D e depois para a EOS 1DS Mark II. Tinha tudo para ser a máquina ideal. Full frame digital, resolução em barda, lentes fantásticas, todas as funcionalidades que precisava. A verdade é que quando quero fazer fotografia, a escolha da 1DS é sempre um drama. Esta máquina não cabe na tal zona de conforto. Peso, muito peso, muito pouco discreta, demasiado cara, etc. Tudo isto funciona como um grande turn-off e não é libertador. Fotografar é uma preocupação constante. A máquina está demasiado presente.

Procurei então o mundo das compactas. O rol é grande. Uma Olympus C-2000, uma Canon de 4MP, uma Casio Exilim Z-750 e finalmente, uma IXUS 850 IS.
E foi esta última a que mais se aproximou da zona de conforto. A máquina é verdadeiramente fantástica. O software é excelente. A ergonomia fantástica. O peso, libertador.

Surge entretanto a Powershot G9. À priori, tem tudo para dar o passo seguinte em relação à 850IS. Tem uma zona criativa maior e mais próxima dos princípios básicos da fotografia. Controle manual, um LCD enorme, um peso absolutamente ideal e 12 MP RAW.

A máquina só chegou ontem. Ainda não tive oportunidade de a testar no campo. Ainda assim, aqui ficam as primeiras impressões:

Gosto

Da estética.

A meio caminho entre a slim compact e a full SLR.
Preta. Pouco espalhafatosa. Linhas direitas. Botões rotativos para escolher o modo e o ISO (adoro esta feature)

Do LCD.

É enorme e brilhante. O nível de detalhe e a rapidez de resposta são muito bons. Até a minha mãe vai conseguir ver fotos num écran destes :)

Do software.

É uma evolução do que já conhecia da 850 IS. Controles simples sem necessidade de usar grandes combinações de teclas.
Controle manual. Fácil de usar. Intuitivo.

Do estabilizador de imagem

É absolutamente genial. Sempre detestei o flash. O flash é o responsável por muitas fotografias de extraterrestres que por aí andam. Perdem-se as nuances, as sombras, as tonalidades de côr.
O estabilizador permite-me tirar fotos em condições de luz verdadeiramente agressivas.

ISO 80-3200

Simplesmente porque me ajuda a evitar o flash :)

Face detection.

Sim, para fotografias do tipo "cardume", é uma funcionalidade gira e interessante. Evita a necessidade de focar e re-enquadrar.

Exposure lock

É um must have para uma máquina perfeita. Na Powershot G9, esta funcionalidade está acessível e fácil de usar ao contrário de outras máquinas profissionais.
Medir a luz e escolher a exposição correcta é a lição mais importante para qualquer fotógrafo amador. As medições "evaluativas" automáticas ponderadas ao centro ou outras artimanhas são os maiores responsáveis pelas fotos-cardume.

Rapidez

A resposta das teclas é rápida. Não há pausas idiotas entre a escolha de opções.
A focagem é muito rápida e precisa. Há opção de focagem manual mas é uma treta inútil na maioria dos casos.

Não gosto

Não percebo porque insistem nos modos criativos. São absolutamente inúteis para mim. Night shot, sports, landscape, etc. Não é assim que decido uma fotografia. Não é o meio que me condiciona, mas o objecto.

35mm ? Esta falha é grave. No mínimo devia ter uma distância focal mínima de 28mm. Sou fã da grande angular e da ambiência que cria. Enfim, há adaptadores.

O viewfinder é minúsculo. Sim, eu sei que numa máquina compacta já ninguém usa o viewfinder. Mas é pena. Estou demasiado habituado a enquadrar com o viewfinder. E embora a distorção entre a foto real e o que vemos no viewfinder não seja grande, não se trata obviamente de uma SLR com tudo o que isso significa. Estamos sempre a ver uma aproximação da imagem.
Em compensação, o LCD é demasiado bom para não ser usado na composição da foto.

Bottom line

Pelo preço, (pouco mais de 500 euros na Colorfoto) e pela promessa de entrar calmamente na minha zona de conforto, a Powershot G9 é bem capaz de ser a melhor máquina que já tive.

Será desta?
Prometo responder algures no tempo.


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